4 ironmans em um ano – Luciana Haddad

Não poderia deixar passar batido, eu tenho uma amiga que fez 4 ironmans em um ano!

Eu me orgulho disso, porque conheço a Lu, sei a rotina e tudo o que ela faz, e tiro o chapéu, pago pau e parabenizo! Acho que devíamos fazer isso sempre com quem nos inspira e merece reconhecimento!

Fiz umas perguntinhas para a Lu para termos uma noção de como foi esse ano dela, olha que legal:

1. Antes de falar da temporada 2018, o que você já tinha feito até aqui? Quantos irons, maratonas e e principais feitos? 

Vamos lá, sem contar 2018 foram:

– 4 maratonas

– 1 ultra-maratona (two oceans)
– 6 irons (3 Floripas, 3 Kona)
– 12 70.3

O melhor tempo de ironman foi em Floripa, 9:41. E consegui classificar para Kona desde o primeiro Ironman. Mas acho que uma coisa legal é que desde o começo já fazia algumas coisas meio “diferentes”, e sempre deu certo, nunca me machuquei, e não me arrependo de nada…Por exemplo:  fiz meu primeiro 70.3 2 semanas antes da Two Oceans, e minha última e melhor maratona foi 2 semanas após o Ironman. Gosto da liberdade de ter esse esporte como hobby, e assim poder arriscar, inventar provas que não estavam no programa, mudar de idéia, etc.

2. O primeiro Ironman da temporada foi o Ironman Da Africa, porque você escolheu? Qual era o objetivo, como foram os treinos e o período de preparação?

O Ironman da África era minha prova principal do ano, com idéia de classificar para Kona. Escolhi lá por vários motivos: queria experimentar fazer um ironman fora, mudar um pouco em relação à Floripa. A data era legal (abril) e imaginei que se pegasse a vaga, teria um intervalo maior até Kona. Os preços para viajar para África eram melhores que EUA, onde teria Texas no mesmo período. E também na África é campeonato Africano, oferecendo assim mais vagas para Kona (só que ao mesmo tempo o nível dos competidores também fica bastante alto).

O objetivo era fazer uma boa prova e se tudo desse certo, classificar para Kona. O startlist da minha categoria era muito forte e foi bastante disputado. Consegui o 2 lugar e acho que foi minha melhor prova de ironman até hoje. Corri para 3:17 a maratona, e só ali garanti a vaga.

Comecei o ciclo em janeiro e não mudei muito em relação aos anteriores. Fiz só um 70.3 em março em Bariloche.

3. Logo em seguida (quando tempo depois?), você, mesmo com a vaga, decidiu fazer floripa. Ja estava treinada né? Foi isso que você pensou? Quando decidiu largar? Se arrependeu alguma hora? 

Foram 5 semanas depois. Estava treinada, mas decidi fazer principalmente porque meu marido, o Marcelo, ia fazer a prova. Ele então ainda teria 5 semanas de treinos e foco na prova, e achei que seria mais fácil para vida em casal se eu o acompanhasse. Decidi uma semana após a África. Fiz uma prova boa em Floripa, fiquei em 2 lugar, o que me daria de novo a vaga para Kona (que logicamente ficou com a terceira colocada, pois eu já havia pego). Não me arrependi, mas vi que a performance não foi a mesma que na África. Mas aí acho que existem 2 fatores: o desgaste e cansaço do ironman anterior, mas principalmente a motivação. Fazer uma prova já com a vaga, sem um objetivo maior, de deixa menos propenso a aguentar o sofrimento. Isso fica claro principalmente na corrida.

4. Ufa, de floripa para kona são 4 meses, quem vê pensa que vc ficou quietinha só treinando, #sqn, teve prova, inclusive mundial de 70.3. Como foi esse intervalo de floripa para Kona? 

Acho que esse intervalo é curto. Nesse ponto sim, ter feito Floripa só atrapalhou. Porque acabei não descansando nada e já engatando outro ciclo. Que passa rápido demais, principalmente com a ida para o Mundial do 70.3. Por isso, acho que nunca consegui focar em Kona e fazer uma prova lá de mais performance. Mas são escolhas. Eu adoro o Mundial do 70.3, depois ainda viajamos um pouco… Mas novamente, como amadora, acho legal poder fazer essas escolhas.
 

5. Kona, casamento, filhos, o sonho nunca sonhado, né? Conta um pouquinho disso tudo, além de competir em Kona pela 4 vez! (é 4 ou 5?) 4 🙂

Kona foi uma loucura!! Com as crianças a dinâmica foi outra, muito mais agitado e menos focado na prova e em treinos. Além disso, tivemos o casamento, que foi incrível! Um sonho!! Fui para a prova muito mais relaxada, pensando em tentar me divertir e completar. Pela primeira vez nem deu tempo de ficar ansiosa, de bater aquele medo que sempre bate na quinta-sexta feira lá, Estava sempre na bagunça da criançada e o tempo voou.

E então tivemos a sorte de pegar um dia incrível na prova. Pela primeira vez um vento favorável no retorno da bike. Assim, consegui fazer o meu melhor pedal lá e depois ainda corri bem (a corrida foi dura como sempre, pelo calor surreal). Foi a minha prova menos sofrida das 4 em Kona, e meu melhor tempo.

6. De kona, para o Ironman 70.3 Fortaleza e UMA SEMANA DEPOIS, ironman argentina. Você ganhou a coroa de loka do ano, mas agora explique a decisão, a loucura e o melhor fez isso sozinha chegou mostrando a inscrição ou teve apoio? hihihi

Fortaleza já estava nos planos desde o ironman de Floripa, quando ganhei a inscrição por ter vencido o desafio da igrejinha da Red Bull e também as passagens da Gol. Já Mar del Plata não fazia parte nenhuma do meu ano. Umas 2 semanas pós Kona alguns amigos sugeriram fazer pra tentar a vaga, aquela velha história… Mas eu estava cansada, me recuperando de Kona, mudando de técnico e pensando como faria Fortaleza dali 3 semanas. Parecia “too much”. Decidi fazer mais uma semana de treinos e ver como me sentiria com um modelo novo. E fui descansando a cada dia, apesar dos treinos (sempre curtos, não fiz nenhum longo para Mar del Plata – até porque até ai meu técnico nem sabia da prova). Faltando 2 semanas para Fortaleza me inscrevi para MDP. Só faltava comunicar o técnico kkkk.

O melhor foi que o técnico deu um super apoio. Montamos um plano legal para usar Fortaleza como treino. Não queria abrir mão pois era uma prova que estava indo graças aos apoios de empresas super parceiras. Foi muito legal, mas o que mais me desgastou foi a viagem, perder noite de sono, correria no trabalho para adiantar tudo, organizar a vida familiar, etc… Parti para Argentina exausta kkkk. Mas lá consegui descansar um pouco, fiz tudo como planejado e no fim consegui fazer a prova exatamente como desenhada pelo meu técnico. Fiz um pedal dentro da potência planejada e consegui correr. A grande diferença é que com o corpo cansado, a corrida dói desde o começo. Fui uma prova completamente mental, porque meu corpo pedia para parar o tempo todo.

Esse ano tive apoios legais que me ajudam muito! A Nike é minha grande parceira. A Delta/Gol também ajudou muito com as viagens. E graças ao Teamcyclo e ao Trilo, temos apoio com oficina (Cyclist), produtos (Trek, bontrager, Dobro, Blocks, macaquinho Join) e recovery Care Club. Sem tudo isso certamente não teria conseguido fazer tantas provas.

7. E agora o saldo do ano…. O que achou? Aconselha? 4 ironmans nao eh todo corpo que aguenta, vc teve alguma preparação ara não se lesionar? 

Eu estou mais que feliz com meu ano. Encerro meu quinto ano de triathlon, e foram 5 anos na mesmo categoria (35-39). Ano que vem mudo pela primeira vez de categoria e com várias novidades!

Acho que tenho uma característica, que é super individual, de não me machucar. Faço musculação, funcional, etc, mas nada diferente da maioria dos triathetas. Assim, meu conselho é que cada um tente se conhecer. Saber o que cabe ou não na vida, e o que vale ou não a pena. Eu sempre penso que em primeiro lugar preciso ter certeza que meus filhos estão felizes, seguros e me apoiam. Conto também com o marido mais parceiro do mundo, o que obviamente ajuda demais. Em segundo lugar preciso estar com tudo super em dia no trabalho, que é o que paga minhas contas e que amo de paixão. Isso posto, não prejudicando ninguém, acho que dá para arriscar e viver umas loucuras!

8. 2019 ja tem Kona, Nice, e o que mais vc vai inventar??? srrsrs 

 Estou desenhando 2019, mas já tem um 70.3 no começo do ano, uma maratona em abril (que faz muito tempo não faço), Ironman junho (Frankfurt – campeonato Europeu), e então Nice e Kona (UFA!!).

Estou super animada! Mas antes de tudo, farei um super descanso e um OFF season merecido.

U-F-A digo eu em Dona Lu?
Top ou não?
Eu amei, me inspiro muito e acho que essas histórias devem ser compartilhadas. Obrigada Lu por dividir com a gente e nos inspirar!
E que venha 2019!
923 / 1005

4 Comments

  1. 9 de dezembro de 2018 at 20:50

    Faltou uma pergunta: Quantas babás ela tem?

    1. 21 de dezembro de 2018 at 23:51

      nenhuma!!! As crianças ja sao grandes e a Lu leva e busca elas sempre! Acompanhe ela no insta que vc vai ver a rotina! 😉

  2. 3 de janeiro de 2020 at 17:03

    Luca estou com a ideia de tirar esse ano para fazer meu primeiro IRON (já pedalo distancia grandes já corro até meia maratona sem problemas e nado até uns 4 km tranquilamente …. era pra ter acontecido ano passado porem tive que passar por algumas cirurgia sem relação nenhuma com o esporte … ) a pergunta é a seguinte … meu Iron seria em Portugal 26/09 de setembro, seria muita ousadia fazer o meio Iron em são paulo no dia 07/09 bem leve ?

    1. 7 de janeiro de 2020 at 8:58

      Oi Sylvio! Não vejo necessidade de fazer o 70.3 São Paulo, foco no seu objetivo maior! Largou, é muito dificil a gente conter a emoção e ir “bem leve” e duas semanas antes da prova vc estará muito vulnerável a acidentes, baixa imunidade…. eu não aconselho!

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Desde 2012 divido minhas experiências como atleta, triatleta, mãe e especialista em marketing! Aqui você encontra dicas para começar a praticar triathlon e um pouco do meu mundo movido ao esporte! Seja bem vindo!

Contato

lucaglaser@lucaglaser.com

@lucaglaser

Copyright © 2020 Luca Glaser