Sábado, 12 de julho de 2014. Dia de decisão do 3º lugar da Copa do Mundo, jogo do Brasil. Em tese o mundo comemora, para, vibra e torce, mesmo sendo o terceiro lugar, mesmo tendo levado 7 da Alemanha. Em tese. Alguns, aproveitam da descontração da população e fazem disso uma oportunidade. Oportunidade para invadir a casa dos outros e furtar. Essa é a lembrança que vou ter da Copa do Brasil, a  Copa das Copas.

Assisti o jogo com o meu pai em casa. Estávamos na sala principal. Após o jogo, ficamos vendo as coletivas até que eu resolvi subir para ler o meu livro. Fui fechar minha janela, mas como iria acordar cedo no dia seguinte para fazer meu longo de corrida, fechei somente a cortina, deixei a veneziana aberta.

Uns 5 minutos depois que sentei na cama escutei um barulho embaixo da janela, imaginei que seria meu pai abrindo a janela da sala para ver a lua (que estava linda), mas ele nunca abre aquela janela, até que escutei ele na cozinha. Pulei da cama e fui direto na janela do meu quarto, aí ficou a cena que não sai da minha cabeça: o reflexo da minha bike já do outro lado do muro. A minha primeira reação foi gritar, “Minha bicicleta”, foi isso que eu consegui fazer. M-I-N-H-A. Um cara entrou na minha casa e roubou a minha bicicleta. Aí gritei para o meu pai, como se ele pudesse fazer alguma coisa… Ele tentou. Pegou o carro e foi atrás, graças a deus não achou nada, o risco seria muito maior.

Moro em uma rua sem saída em cima de um morro. A vista é linda, uma delícia. Mas a nossa casa da direto para o morro que esta abandonado. Aí a noite, horário estratégico de certo do cara realizar o seu plano mirabolante, dificultou de ver para onde ele iria. Embaixo do morro fica a Uniandrade, uma faculdade da cidade e ao lado dela tem uma favela. Ele só poderia ter descido o morro…

Aí com a nossa sensação de impotência o que restava era fazer B.O e chamar a polícia. Após o atendimento no qual já havia impresso foto da bike para os policiais levarem, voltei e divulguei nas redes sociais. Um VIVA para as redes sociais, em dois minutos um amigo meu da Webtreino (Marlus, vulgo Facecoach) me chamou, liguei para ele e ele me contou que havia visto o bandido empurrando a bike, exatamente onde eu imaginava que ele havia ido, na favelinha do lado da Uniandrade. Pelo relato do Marlus, a anta não sabia nem andar na bike, estava andando como se fosse skate, com o pé!

Liguei novamente para a policia e pedi para eles fossem fazer ronda na rua específica que o Marlus havia me passado. E até agora nada…. (dois dias após o ocorrido)

Hoje fui no batalhão da polícia que havia me atendido para fazer uma pressão, sei lá se adianta. Pelo menos os policiais que estavam de plantão estavam sabendo! O cara falou: “Você é a dona daquela bike vermelha?” Sim moço, sou eu mesma. 😉

E agora estou eu, e mais de 300 pessoas que compartilharam a foto da minha bike nas redes sociais, esperando que ela apareça, seja encontrada pela polícia, em site para venda, onde for!

Agradeço de coração todas as mensagens e principalmente os compartilhamentos. Essa bike eu não ganhei da minha família, nem comprei fácil. Fiz um crowdfunding (financiamento coletivo) para conseguir levantar o recurso necessário para ter a minha primeira bike contra relógio para fazer o meu primeiro Ironman. Consegui comprar pela ajuda e solidariedade de quem acompanha a minha carreira esportiva e quem simplesmente acredita no esporte (veja aqui a ação), além da ajuda da loja Trio Esporte. A bike fez o Ironman Brasil e ainda foi comigo para o Havaí. Agora vou ter que lutar ainda mais para voltar a ilha mágica do triathlon e conseguir os adesivos para por nela novamente, se tudo der certo!

#VIDAQUESEGUE
#SEMCOMPA
#SEMBIKE