Quem conta essa semana sobre KONA é  a mostra Luiza Tobar, irmã gêmea da Cintia, conheço elas pela minha irmã. As três são da mesma categoria e como são duas irmãs eu e a Yana acompanhamos a trajetória delas, afinal as duas irem para KONA juntas deve ser um sonho! Quem sabe né sis?
A Luiza esta indo para a 4ª vez para KONA e para o seu 11º IM! Pensa, com 26 anos!!!!
Obrigada querida por participar e se prepara que em vou colar você na ilha, nos vemos em KONA!


Atleta: Luiza F. Tobar

Idade: 26 anos

Em que ano participou do mundial de Ironman? 2008, 2010 e 2012

Em qual Ironman conseguiu a vaga? Todos no Ironman Brasil

Com qual tempo você se classificou para KONA?  2008: 11h23″/ 2010: 10h23″/ 2012: 10h23″

Quantos Ironmans você fez até conseguir a vaga?  Sempre consegui a vaga no IM no 1º semestre e fui para o Mundial no segundo semestre.

Como foi a conquista da vaga? Em 2008 era debutante em Ironman e há apenas 6 meses no triathlon; tinha o maior sonho do mundo de acabar bem a prova tão respeitada. Fiz a prova com uma bike de ciclismo, bem simples, sem roda, e fiz uma prova tranquila. Quando terminei, se precisasse correria mais 20km. Cheguei muito bem e muito feliz. Peguei a vaga “por acaso” e só fui saber disso na rodagem de vagas. Fiquei muito emocionada, pois sabia que na minha categoria tinha muitas meninas estrangeiras -geralmente são mais fortes- e mal sabia eu que era o início de uma longa jornada em Kona.

Em 2010, fui para brigar pela vaga e diminuir meu tempo, pois sabia que tinha potencial para fazer um tempo muito menor do que tinha. Cheguei feliz, mas sabia que tinha potencial para fazer um tempo melhor. 

Em 2012, fui para ganhar a vaga mais uma vez, pois a Cintia (minha irmã)havia pego a vaga em Cozumel; todos os meus amigos de fora do Brasil tinham conseguido a vaga; e eu não ficaria de fora. A torcida e a pressão foram grandes e sabia que faria o que fosse necessário para ganhar a vaga e ir mais uma vez para Kona. Fiquei muito feliz, mas muito insatisfeita com o tempo idêntico a 2 anos atrás – 2011 não fiz IM Brasil; fiz fora. 
Em 2013, fui para o IM Brasil para aproveitar cada minuto de benção e realmente curtir o esporte que amo tanto. Tive um problema com o ouvido – perfuração no tímpano- que não só paralizou meus treinos de natação, como me fez questionar se largaria nesse ano. Resolvi largar e terminar a prova como conseguisse. Abaixei meu tempo de IM e peguei a vaga novamente, sem esperar.


E como foi a preparação para KONA? A estrutura da rotina de treinamento sempre acaba mudando de semestre a semestre. Sempre vai existir mais atenção as condições da prova; e sempre vai haver dificuldades no treinamento.

Em 2008, em plena preparação, sofri um acidente de bike que me deixou muito debilitada, principalmente psicologicamente; e fiquei sem treinadora no meio do caminho. Fui para o Mundial para terminar a prova; sem a preparação física ou mental adequada para a prova. 

Em 2010, consegui patrocínio do Estado de SC, Fundesporte, e com um final de semestre tranquilo na faculdade, consegui me dedicar 100% aos treinos. Comecei o treinamento com o Ricardo Dantas, meu atual treinador ainda, e a base do treino foi 100% científica com base na fisiologia e controle de variáveis em laboratório. Treinos perfeitos. Resultou em podium.
Em 2012, me esforcei para treinar bem, ainda mais com a compania da minha irmã, que também iria competir. Mas a grande carga horário do trabalho e os problemas profissionais dentro do trabalho afetaram bastante o andamento dos treinos e o resultado da prova. Fiz um péssima prova no ano passado.


A viagem: Em 2008, cheguei uma semana antes da prova e fui acompanhada de minha irmã Cintia, que foi para me dar apoio e torcida. Fiquei no hotel em frente ao pier, na época muito acessível. Foi o ano que conheci a ilha; tive contato visual com os maiores nomes do Ironman da atualidade e aproveitei muito a ilha. 

Em 2010, cheguei 3 semanas antes da prova. Fiquei 2 semanas em um albergue, treinando adoidado e 1 semana em um hotel bem próximo ao pier- para descansar e ter mais estrutura e sossego próximo a prova. Foi o ano em que tive mais contato com os profissionais durante o treinamento na ilha; conheci muitos atletas de diversos países e consegui vivenciar a rotina da ilha longe do IM. 

Em 2012, fui 2 semanas antes da prova, e aluguei um apto para minha família. Reencontrei amigos, treinei mais ou menos, e curti muito da ilha em geral. Conheci novos lugares e me desliguei um pouco da competição. 
Em todos os anos o clima é o mesmo; a magia de Kona consegue reacender o verdadeiro espírito do Ironman. Atletas rápidos, em forma, e bonitos estão espalhados em cada esquina. Todos treinando sem parar. 
Vale a pena organizar o dia para fazer o treino necessário do dia, curtir o resto do dia e descansar também

A prova: Em todos os anos que fui, algumas características não mudam. A natação é brutal, pois tem muita gente para pouco espaço no mar, em todos os níveis; ótimos, medianos ou péssimos nadadores. 

O ciclismo pode ser ruim, ou pode ser muito, muito ruim; depende de como o vento estiver no dia. O vento sempre vai ser forte, mas a direção dele ao longo do dia, pode fazer muita diferença. O percurso do ciclismo é ondulatório, mas a grande dificuldade é pra quem realmente andar sozinha no vento. 

A corrida é sempre quente; com um percurso relativamente ondulatório também. 
Durante toda prova vai ter muita torcida e muita animação. E durante toda a prova é necessário muita humildade, pois além do fato de que tudo é possível acontecer em qualquer momento; durante todo o percurso existirão pessoas de 60 anos ou até mais dando um coro em você. Isso não significa nada, apenas que os atletas que competem em Kona são MUITO fortes.


Dica para os estreantes na Big Island: Aproveite cada minuto da prova, sem pensar em resultado ou tempo. Sem medo, nem pressão. A primeira prova em Kona é sempre a prova para conhecer o que Kona te oferece. Lá, o ser humano nunca ganha das forças da natureza, então vá de cabeça baixa e tranquilidade. Talvez, você possa se surpreender com o dia que terá!

#5semanas