Por Jose Rodrigo Carvalho

O percurso do Tour de France não é fixo, podendo variar bastante de um ano para o outro, tanto em relação à localização, com passagens por diferentes cidades e até Países, como pela distribuição dos tipos de percurso ao longo das etapas.

Esta particularidade de mudança no percurso, e consequentemente do perfil da prova, é mais um ponto que adiciona emoção, surpresa e competitividade ao Tour.

É claro que não existe Tour fácil, todos os anos a organização se empenha para conciliar etapas duras, belas paisagens e passagens por lugares significativos para o povo francês.

O percurso do Tour de France 2020, com os seus 3.484,5km totais, tem sido considerado como um dos mais difíceis dos últimos tempos. A etapa mais longa será a 12ª, com 218km de extensão e duas escaladas na sua parte final. A etapa mais curta será a 20ª, o esperado e decisivo contra relógio individual, que terá 36,2km.

A lógica da distribuição dos tipos de percurso ao longo dos 21 dias está bastante curiosa em 2020, por exemplo com uma duríssima etapa de montanha já no segundo dia de competição, o que não é muito comum.

O “normal” é que a primeira semana seja predominantemente flat, com sprinters vestindo a camisa amarela por dias consecutivos até a chegada nas montanhas, e mudança total do cenário e classificação, nas semanas seguintes.

Em edições com este perfil “comum” onde há uma primeira semana mais tranquila, os ciclistas que brigam pela classificação geral normalmente não aparecem muito no início do Tour, eles se preocupam mais em se manter bem posicionados e fugir de acidentes do que em brigar para vestir a camisa amarela nos primeiros dias. Não é incomum que estes ciclistas usem a primeira semana como parte da preparação para a vitória geral, de modo que possam chegar ao pico da performance do ano quando a briga pela geral realmente acontece, nas subidas da última semana.

O percurso do Tour de France 2020 colocará mais emoção e inverterá um pouco esta lógica, com uma etapa de montanha já no segundo, e a primeira chegada ao alto no quarto, dia de competição. Os ciclistas que pretendem chegar de amarelo a Paris não poderão vacilar. A segunda e a quarta etapas não decidirão o Tour, mas quem eventualmente perder tempo nestes dias poderá ter grandes dificuldades para recuperá-lo nas semanas seguintes.

O Tour sempre elege uma das etapas como a “etapa rainha”. Geralmente uma dura etapa de montanha com muitos quilômetros de distância e metros de altimetria acumulados. Em 2020 a etapa rainha será a 17ª, que terá 170km de extensão e mais de 3.500m de ganho de elevação.

Até o contra relógio tem tudo para ser dominado pelos escaladores, já que para cruzar a linha de chegada da etapa os ciclistas terão que enfrentar uma subida, de 6km com 8,5% de inclinação, no final do percurso de 36,2km.

A etapa de chegada a Paris será plana, festiva e terá 166,5km.

O Tour 2020, apesar das restrições impostas pela pandemia do coronavirus, tem tudo para ser um dos mais emocionantes dos últimos tempos, Nós acompanharemos tudo e tentaremos levar para todos o máximo de informação simples e de qualidade.

Vive le Tour!

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