Entrevista: Treinos e Gestação

Começamos uma fase de mini entrevistas com mães que eu me identifico, para contar sobre fases e assuntos de maternidade e gestação! 
Para começar, o tema é TREINOS E GESTAÇÃO! A convidada é a Paula Narvaez, uma corredora, apesar de poder ser chamada de “blogueira” ela não é nutella. É raiz, e dividia seu dia-a-dia no blog correpaula relatando seus treinos, novidades do mercado esportivo e sua vida como mãe da Malu. 
Hoje ela continua raiz, parou um tempo com o blog e está grávida do segundo filho, agora um menininho! Fiquei bem de olho acompanhando a sua gestação para ver como ela iria lidar com a corrida. Ela descobriu a gravidez quando se preparava para correr a Maratona de Berlim! 
Olha só o que ela me contou:
Paula, essa é a sua segunda gravidez, tendo tido uma experiência antes, você sentiu diferença da sua primeira? O que foi mais impactante? Quando engravidei da Malu tinha 21 anos, e agora do Nico com 34. Apesar da grande diferença de idade nas duas gestações, acho que de uma maneira geral me senti melhor nesta, pois o histórico com a corrida além de ter me ajudado muito fisicamente, também fez diferença na minha parte emocional, principalmente no controle da ansiedade. Gravidez é quase o tempo inteiro permeada de ansiedades, e acho que consegui lidar bem melhor desta vez.

Eu te conheci da corrida, quando vi que estava grávida, fiquei observando como seriam seus treinos e o que você faria. Sua escolha foi não correr, como foi isso? No começo da gravidez, ficar sem correr não foi bem uma escolha, já que tive um descolamento ovular e tive que ficar muitas semanas deitada. E diferente da primeira gestação, onde não senti nada (e ganhei quase 25kg), desta vez tive muito enjoo e até o sexto mês não consegui me alimentar muito bem. Comia o que dava, e às vezes vomitava só de beber água. Não tinha energia para trabalhar e treinar, então tive que abrir mão da corrida. Além disso, nas poucas vezes que tentei correr não me senti confortável, e pra mim não fazia sentido nenhum insistir em algo que não estava me trazendo prazer. Corrida pra mim é prazer.

 

Você, parecida comigo que estava indo para o Mundial de Ironman, estava com uma prova chave como objetivo. Como foi a noticia da gravidez e abrir mão da maratona? Estava envolvida num projeto da Nike e ia correr a Maratona de Berlim, mas quando descobri fiquei felizona e nem um pouco frustrada. Minha história com a corrida vem de longa data, e não tenho mais aquela ansiedade de abraçar o mundo, sei que provas vem e provas vão. Além disso, apesar de ser apaixonada pelo esporte e ele ficar perto do topo da minha lista de prioridades, tenho outras coisas na frente.
Como você conduziu o exercício físico desde quando descobriu a gravidez e até agora nesse finalzinho? Acho que esses anos de corrida na bagagem me ajudaram muito a não ganhar muito peso (ganhei quase 9kg até agora, 35 semanas) nem perder tanta musculatura, e de uma maneira geral, não me senti mal em abrir mão do exercício físico na gravidez. Acho que tudo na vida tem seu momento, e eu procurei respeitar esse que estou vivendo. Sou à favor do exercício físico quando ele traz bem estar físico e mental, e isso pra mim não estava rolando. Em tempos de instagram, vejo muita gente forçando uma situação para provar que é isso ou aquilo e para manter as aparências, mas eu escolhi ser honesta comigo mesma e com quem me acompanha. Eu amo correr, tenho certeza disso no fundo do meu coração, e quando voltar vai ser maravilhoso.
E para o pós-parto, esta fazendo planos de voltar ou você vai deixar acontecer? Já se informou quando pode voltar? Não vejo a hora de voltar, porém não tenho a intenção de acelerar o processo. Vou tentar parto normal justamente para ter uma recuperação mais suave, mas se tiver que ser cesárea ok. Já sei mais ou menos como as coisas funcionam nos primeiros 40 dias, então vou tentar fazer minha parte bem feita (alimentação, amamentação etc) e deixar o resto com a natureza.
Gravidez é chato pra caramba, mas não deixa de ser um momento raro e super especial. Por isso acho que não custa a gente se adaptar ao que vem nesse pacote, e entender que é tudo temporário. Tem cansaço, tem enjoo, tem dor, tem medo. Mas tem tb muito amor e muita felicidade. Depois a gente pensa em correr (literalmente) atrás.
Demais né gente???? Vou tentar trazer experiências e exemplos de mães como a Paula para nos ajudar em alguns assuntos específicos. Falaremos sobre, amamentação, nutrição, rotina…. Quem quiser ajudar com assuntos de interesse só deixar um comentário que vamos atrás!
Paulinha obrigada pela colaboração, que o Nicholas venha com tudo! Boa hora!
beijos Luca e Maya

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