Eu fico acompanhando bem de longe e bem quietinha os brasileiros que fazem Ultraman. Confesso que tenho uma coceirinha com essa prova e acredito que a minha hora vai chegar, e com certeza não é agora.
Mas enquanto isso, vamos acompanhando, torcendo e aprendendo com os guerreiros que tem uma paixão imensurável pelo nadapedalacorre e que ficam três dias perseguindo o limite o corpo.
O Ultra Triathlon do Brasil aconteceu no início do mês e eu resolvi fazer uma mini entrevista com a única representante feminina da prova! Lívia, obrigada por dividir um pouquinho desse mundo com a gente!
1. Como e desde quando você começou a fazer triathlon?
Comecei a fazer triathlon há 12 anos atrás assim que me formei na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) como alternativa outdoor a academia. Em 2004 triathlon não era um esporte da moda e os poucos que praticavam pareciam ainda mais loucos que hoje.
2. Como que surgiu a ideia de participar pela primeira vez do Ultra triathlon?
Sempre tive vontade de buscar desafios maiores que um Ironman, já tinha feito algumas corridas de aventura bem longas (ecomotoin pro 2007 e 2009) e 7 Ironmen até então. Daí quando vi a primeira edição do UB 515, que foi apenas para 8 convidados muito experientes, decidi que no ano seguinte eu queria fazer parte daquele grupo também.
3. Eu acredito que o Ultra é diferente do IM, que você faz e quer fazer outros tantos, o que te fez fazer novamente o Ultra Triathlon?
O ultra é uma prova família e que se faz com o espírito, o Iron é uma prova de performance e superação pessoal. Esta é a grande diferença entre eles! Acho que não sou a única que sonha em fazer muitos ultras na vida, acho que a distância de preferência vai da personalidade de cada pessoa. Eu gosto de provas onde me encontro com a minha essência… O ultra significa esse encontro pra mim.
4. Na sua primeira participação, tinham outras mulheres, este ano você era a nossa única representante! Como foi?
Pra mim não teve diferença, numa prova como essa pouco importa seu gênero e colocação, ali somos todos irmãos em busca de auto conhecimento. Durante uma prova assim eu me via torcendo pelo sucesso de todos. Não consegui me sentir diferente pelo fato de ser mulher.
5. No IM a gente sabe que os treinos são muito mais difíceis que a prova, No Ultra acontece isso também?
No ultra, até por uma questão de tempo e logística de trabalho, os treinos semanais são parecidos com os de um IM, só os fins de semana são bem diferentes, pois os treinos tomam quase o dia todo! Pra quem faz se divertindo, o fim de semana passa a ser ainda mais interessante. No início o corpo estranha um pouco, mas com o treinamento correto a gente vai se adaptando as muitas horas de treino.
6. Qual é sua dica para quem acompanha essa prova e pensa em fazer algum dia?
Acho que a maior dica que posso dar é que esta não é uma competição de egos, mas sim uma confraternização de almas. Colocação, pace, tempo… fazem muito pouco sentido dentro de uma prova tão longa. O desafio ali é você com seu corpo, seus medo e seus “limites”. No final da experiência certamente esses limites terão sido expandidos.
7. Para você o Ultraman é…
O ultraman é um grande encontro de almas buscando o auto conhecimento através do esporte que amam.