IRONMAN FLORIANÓPOLIS POR FÁBIO BRONZE

O outro convidado que eu pedi para contar sobre o IRONMAN FLORIANÓPOLIS  foi o meu SUPER TÉCNICO FÁBIO BRONZE! O Fabinho teve vários imprevistos no treinamento para a prova e estava sem grandes expectativas. A sua tranquilidade natural estava ainda mais aparente. E toda a sua experiência e sabedoria em conduzir o psicológico nas horas precisas (ele é meu psicólogo informal) fez a diferença no domingo surpreendendo até ele mesmo com a sua performance na prova. Com certeza foi o grande exemplo para toda a galera da WEBTREINO, e também para quem ler o relato!

Obrigada Fabinho por dividir sua experiência e por poder contar com você sempre! Que venham os próximos Irons!

“Não tem como escrever sobre uma prova de ironman sem comentar sobre como foi o período de treinamento, a semana da prova, as expectativas criadas ao longo do período, etc., etc., etc.

Se o ironman começa na hora em que fazemos a inscrição, isso significa que a prova começa um ano antes da largada.

Depois de ter feito uma boa prova ano passado e cumprido o objetivo traçado que era fazer abaixo de 10 horas, as expectativas para esse ano eram grandes. Porém nesse longo período entre uma prova e outra muitas coisas aconteceram, incluindo mais um ironman (ironman inaugural em Lake Tahoe) e um Cruce de Los Andes. Algumas lesões (coisas simples de serem tratadas). Um grande aumento na carga de trabalho.
Enfim, aconteceu que não fiz a preparação que gostaria de ter feito e o plano A teve de ser alterado.

Sabia que não estava tão bem treinado como gostaria, mas também sabia que depois de um ano com dois Ironmans e um Cruce de Los Andes, não teria muitas dificuldades para completar (além da dificuldade normal da distancia).

Por um lado isso foi bom, pois cheguei muito tranquilo e relaxado, sem nenhum tipo de pressão ou expectativa em fazer tempo ou algo parecido.

Bom, vamos a prova.

7 horas da manhã é dada a largada. Me posicionei bem e larguei na frente, sem muita briga. Terminei a primeira volta e vi que o tempo estava bom. Fazendo conta percebi que sairia sub 1hr numa boa se mantivesse aquele ritmo. Porém, a segunda volta me pareceu mais longa do que deveria. Depois checando o garmin, o mesmo marcou 4.270m e olhando o mapa, sem nenhuma falha acentuada para isso. Nos 3.800m passei com 55min. Mas na saída da água o tempo oficial foi 1hr 01min 40seg.

Depois de uma transição tranquila, saio pro pedal com calma, sem saber muito o que esperar em relação ao ritmo. Segurei bastante na primeira volta com medo de sofrer muito na segunda (aconteceu ano passado). O tempo e os quilômetros foram passando e eu continuava me sentindo bem. A moral foi aumentando me dando ainda mais forças. Terminei o pedal ‘’inteiro”, na medida do possível. Tempo de pedal 5hrs 10min 45seg.

Sai para correr com o mesmo tempo do ano anterior e muito mais inteiro. Ainda assim fui conservador. A corrida dói. Depois do quilometro 21 a qualquer momento pode vir uma bomba e acabar com a sua prova. Então segue a tática, sem se empolgar demais nos bons momentos mas se abater nos momentos ruins. Chega uma hora que vai no automático, se olhar pro lado já desregula a passada e se mudar alguma coisa periga começar a caminhar e não parar mais. É a cabeça que te leva pra chegada e não as pernas.
Quando percebi ja estava na reta final e com possibilidade de bater o tempo do ano passado e cravar meu recorde. Consegui curtir bastante o momento. Maratona feita em 3hr35min.

Gostei bastante da minha prova. Me diverti. Superei as expectativas. Nas minhas melhores previsões, sendo bastante otimista até conseguiria bater meu recorde pessoal. Mas sendo realista eu esperava algo em torno de 10hr 30min.

Tempo final 9hrs 57min 23seg.

Aproveito para comentar um pouco sobre a situação do vácuo que é tão polemica.
Tenho minha consciência tranquila de ter feito uma prova limpa, sozinho, assim como deve ser. Quem me conhece, conhece meu caráter, sabe que sou totalmente contra e a regra deve ser cumprida.
Durante a prova cheguei a me irritar com tamanha cara de pau de alguns atletas. Até entrei em discussão pois não tinha como ver algumas situações e ficar quieto.
Vi muitos serem penalizados, mas as motos dos fiscais não davam conta de pegar todos os rodeiros. Ainda tinha fiscal que por algum motivo ficava com medo de penalizar e só acompanhava os pelotões.
Eu acho que nao deveríamos nem ter fiscais. Cada um deveria saber se portar e respeitar as regras impostas pela organização. Ingenuidade minha!
O problema é que esse tipo de gente está denegrindo a imagem do nosso esporte. Não gosto nada de ver pessoas que não estavam competindo, não estavam assistindo e nem triatletas são, generalizando uma situação dessa e falando mal do nosso esporte. Sei que é difícil defender o triathlon depois de uma situação dessas, mas acredito no esporte e somos nós que temos que fazer nossa parte para que ele tenha uma boa reputação.”

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