Ninguém nasceu para perder… (Copa do Mundo 2014)

No futebol não tem pneu furado, tombo de bike, contratempos com alimentação e tantas variáveis que nós do triathlon somos sujeitos em uma prova. Mas tem goleada, tem adversário direto, tem juiz e tem torcida. A goleada que o Brasil tomou da Alemanhã (7×1) doeu em todos nós. O sonho da Taça ser erguida em solo brasileiro já era. Todo o trabalho, empenho, disciplina não resultaram a capacidade máxima que o jogadores poderiam alcançar. Um sonho adiado, uma luta que continua. Mas como lidar com tudo isso, simplesmente falar que em 2018 tem mais?

Quando um triatleta tem que abandonar um prova por problemas mecânicos, pneu furado ou simplesmente problemas mecânicos com o próprio corpo, é a mesma coisa. Falar que Ironman tem todo ano?

Ninguém de nós nasceu para perder, para desistir. Crescemos em um mundo (por sorte) que nos obriga a ir para frente, a superar-se. E os contra-tempos nos fortalecem, nos forjam e nos fazem lutar com uma garra ainda maior.

Assisti a entrevista coletiva do técnico da Seleção Brasileira, Luis Felipe Scolari. Vibrei com cada resposta dele. Não há arrependimentos, não há lástimas. Foi um marco negativo para a seleção, mas foi uma fatalidade. Culpa-lo é errado, e culpar qualquer um dos jogadores ou a falta de um deles é mais ainda. O Brasil inteiro foi pra semi com o otimismo pra ir para a final, resultado da atuação do time até então. Nós acreditamos. E como os jogadores que estavam em campo não são homens de ferro nem super heróis, foram pegos desprevenidos com uma goleada jamais vista. Quem reage quando o adversário já está a uma hora na sua frente em um Ironman? Quem reage quando o pneu fura pela segunda vez?

A tal da empatia fez com que eu me colocasse no lugar deles. E como não posso ir lá no vestiário da seleção e dar uma palavra de ânimo, resolvi escrever aqui… Como uma atleta sinto pelo menos 1% do sentimento que eles passam, o futebol pela sua grandeza, pela torcida, pela mídia e até mesmo pelo atual cenário da política local tem um peso muito maior, do que eu uma atleta amadora que faço provas por prazer com apoio de empresas que acreditam no desenvolvimento do mundo feito através do esporte, e que sim a gente pode contribuir, pelo menos um pouco, para que as coisas melhorem.

O país se comoveu, mas que pegue essa situação e supere-se. Supere-se na crise em que o país vive, supere-se na política, supere-se no desenvolvimento, supere-se na gestão e supere-se para continuar mostrando que independente de performance e resultados, somos sim um país alegre, receptivo, trabalhador e otimista!

#VAIPRAFRENTEBRASIL

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