Race report – corrida Ironman Brasil 2016

Lance durante partida entre Figueirense SC e Sport PE em partida válida pela Série A do Campeonato Brasileiro 2015, no Estádio Orlando Scarpeli em Florianópolis, SC, neste sábado (22).

Minha T2 demorou 3′.

Quando eu pisei no chão parecia uma cadeiruda…. e aí a gente imagina, como que corre 42km agora? Pois é…. isso é uma coisa que eu não sei explicar!

Mas a gente corre! E juro que é “gostoso”!

Bom, como eu já tinha comido na bike, na t2 tomei só um pozinho da GU, coloquei a meia, o tênis, tirei a comida que sobrou da bike, peguei as comidas da corrida, coloquei a viseira e partiu 42km!

Saí para correr em 2º lugar geral amador, isso me deixou emocionada. Sabia que eu havia me preparado para este Ironman, mas não tinha muita noção do que poderia acontecer. Para mim foi demais!

Mas sabia que seriam longos km de corrida. Sai para correr muito solta, meu pace estava mais baixo que o planejado. Mas como a sensação estava boa, resolvi continuar….

A primeira volta de corrida é uma volta de 21km com subida já no km 4. Não lembrava que tinha uma subidona antes da tão famosa subida da igrejinha. Aí eu não sabia o que fazer, vi a galera andando, mas não lembrava de ter andado nos outros anos, aí fui devagarinho, correndo!

Andei na subida da igrejinha na ida e na subida da volta. A partir do km 12 comecei a ser ultrapassada por algumas mulheres. Mas seguia ritmada, focada para fazer a minha prova.

A primeira volta demora para a  gente passar pela torcida novamente, e eu sentia que estava precisando daquela energia para seguir em frente. Mas já no final dela dei uma quebrada no ritmo. Aí passa mil e uma coisa na cabeça.

Nessa hora eu olhava para os meus conhecidos e fazia sinal de tipo: “ta foda”, do tipo: “quebrei”. do tipo: “a menina vai me passar”.

O percurso de corrida nos permite acompanhar bem a prova, cruzamos com os outros atletas várias vezes. A Julia Kruger, que era uma favorita para a vaga de kona, que me destruiu no TH3 e corre muito, vinha na minha cola.

Eis que na hora certa, meu coach apareceu no percurso. Nessa hora a Julia devia esta a 300m de mim, tipo pronta para me passar. Eu estava praticamente esperando ela me passar. Aí vem a hora da historinha…

Vou só contextualizar para vocês entenderem o poder deste momento. Meu técnico não é daqueles que grita, que incentiva, que torce. Ele é quieto, na dele. Tenho que decifrar o olhar e a expressão dele para ver se estou fazendo a coisa direito ou não. Na saída da corrida ela estava até sorrindo, feliz com a minha prova. Vi que estava no caminho certo. Agora, nessa hora da “ultrapassagem” eu já não tava olhando muito para o lado e só escutava o que ele falava. Estava com 28km mais ou menos. Aí ele um pouco mais atrás de mim contou essa história:

“Em 2010, o Macca estava liderando e o Andreas Raelert ia pegar ele. Daí ele viu que não tinha jeito e se preparou pro momento mentalmente e fisicamente para ir junte custe o que custar. Eles correram um trecho junto e faltando uns 3km ele percebeu que dava para ir, deu uma atacada enquanto o Raelert foi se hidratar e foi abrindo até ganhar.” 

Bom, Voltamos a realidade da minha prova. Eu não sou o Macca, não teria força psicológica  para correr lado a lado com uma adversária, não naquela hora da prova. Mas assim como o Macca, me refiz psicologicamente e acreditei na minha prova. Não sei o que aconteceu, se veio um anjo do Macca, ou se eu caí na real…. só sei que eu acreditei que poderia ir além.

Ao invés de esperar ela ultrapassar eu melhorei o ritmo, nessa hora o Graça me passou, eu grudei atrás dele por uns 500m, olhando para a nuca dele, consegui melhorar o ritmo. (Já agradeci ele, mas fica aqui registrado!)

Quem me conhece sabe que me falta sangue no olho e competitividade. Correr os 21km finais da maratona do Ironman com essa pressão foi uma super superação. Quando eu encontrei com o Fábio pela primeira vez, e vi que as meninas estavam me passando eu disse: “vou fazer a minha melhor maratona”. Já tirando qualquer peso de colocação, vaga e o que fosse. Pressão não é comigo, foquei na minha prova e fui correndo.

Mas nesse final não tinha como, ou eu me entregava ou eu lutava e me superava. Resolvi ter uma atitude de atleta, de lutar, de me superar. Até a linha de chegada dei o meu melhor.

E valeu a pena!

Melhor maratona da vida: 3h41min58

Melhor tempo de Ironmam: 10h13min40

3º lugar na categoria 25-29 anos (trofeuzinho na estante!)

Vaga para o Mundial de Ironman no Havaí (que me dará o direito de realizar o sonho de fazer esta prova com a minha irmã Yana que também já esta classificada!)

E a certeza que tenho um grande técnico ao meu lado! 😉

 

Related posts

Forever faster – Puma X SONIC

by Luca Glaser
7 anos ago

Café da manhã pré-Ironman

by Luca Glaser
12 anos ago

Race Report – Ironman 70.3 Alagoas 2017

by Luca Glaser
7 anos ago