Entrevista e Race Report – Yana Glaser no Ironman Muskoka

Não podia deixar passar o Ironman que a minha irmã fez sem um race report! A entrevistada da vez é ela, minha sis e nutri amada que vai contar um pouco sobre os seus dois últimos Ironmans, Florianópolis e Muskoka. Eu já sabia de tudo por isso que tem que ficar registrado, história de aprendizado para todos. Sis obrigada por participar do blog! TE AMO KONA GIRL!

1.Você se inscreveu para o Ironman Muskoka ainda treinando para o Ironman Florianópolis, o que te fez tomar essa decisão?

Então, o Leo meu marido me deu dois anos para conseguir a vaga para Kona. (Mundial de Ironman) E se eu não conseguisse era para eu desistir.Aí eu estava treinando super bem para Floripa, estava toda animada, em uma das minhas melhores épocas de treino. Mas fiquei triste quando fui ver a lista de inscritos da minha categoria, só tinha mulher forte e só duas vagas para Kona. Aí para não ficar desmotivada para treinar, decidi fazer uma prova que não fosse muito tempo depois e aproveitar o volume do treino de Floripa. Muskoka foi escolhida, porque o irmão do Leo mora lá perto e unimos o Ironman com uma visita à família e turismo!

2. Você teve imprevistos em Florianópolis e pensou em desistir de Muskoka, como foi essa reação e o que te fez mudar de ideia?

Floripa eu larguei, estava super bem, achei que iria fazer a minha melhor prova. Mas aí furou quatro vezes o meu pneu. Eu fiquei muito puta (gente não tem sinônimo, ela deve ter ficado PUTA mesmo!), saí para correr desolada. Passou um monte de coisa na cabeça, já era meu quinto Ironman, não precisava provar nada para ninguém, não preciso fazer o meu melhor tempo. Aí terminei a prova e falei que KONA era muito difícil pra mim, que na minha atual situação, trabalhando um monte, eu não iria conseguir. Desisti de Muskoka, eu só iria para tentar a vaga, então não fazia mais sentido.

Mas depois de duas semanas eu mudei de ideia. Não pensando em KONA, mas pensando em tudo o que eu tinha treinado e que eu não tive o Ironman que eu merecia ter feito em Floripa. Decidi me dar uma segunda chance e fazer meu último IRONMAN bem, terminando bem, fazendo força e feliz. Aí mandei um e-mail para o meu técnico (Marcelo Ortiz) falando “ó não desisti e vou fazer, mas não quero pressão para a vaga, quero me divertir!”

Depois de três semanas sem fazer nada, voltei a treinar pensando em fazer o meu melhor em MUSKOKA.

3. Quem acompanhou os treinos viu que era um planejamento um pouco mais especifico para as condições difíceis da prova. O que mais mudou nesse ciclo para o Ironman Muskoka?

Bom Muskoka você recebe a altimetria da prova 2200m, eu não tinha ideia do que era isso. Mas me falaram que era muita coisa, então eu tive que treinar muita subida de bike. O que mudou neste ciclo foi que eu não fiz muito volume. Como para Floripa eu já tinha feito toda a minha base de volume, meu técnico nestas 6 semanas de treinos mais intensos me deu muiiiita subida  e treinos mais fortes, mais rápidos. O máximo que eu pedalei foram 120km e 28 km de corrida. Mas com uma intensidade mais forte e mais inclinação.

4. Qual foi o treino ou os treinos que mais te marcaram?

Na última semana de julho, eu fui com a Ciça Carvalho, minha companheira de treino aqui de São Paulo, passar uma semana em Campos de Jordão. Pensei OK, uma semana vou treinar bastante vou aproveitar  para me dedicar a isso, mas quando eu recebi minha planilha de treino…. (imagine a cara de espanto dela gente!!!) Todos os dias tinha 6, 7h de pedal. Era subida que não tinha fim. E era triste, você pedalava, pedalava, pedalava e dava 80km. Isso que me fortaleceu muito para a prova.

Tanto que uma semana depois, fui fazer um treino em romeiros (estrada que o pessoal treina em SP, eu já postei aqui no blog galera!) com o pessoal da minha equipe e parecia plano.

5. Conta um pouco sobre a sua prova, percurso e dificuldades da prova!

Cheguei por Toronto, que fica 200km de Muskoka. Cheguei sozinha e meu marido só chegaria na sexta. Era o fim do Mundo! Cidadezinha pequena, interior. Não tinha cidade, eram uns quarterões com comercio. Ai pensei: “o que eu vim fazer aqui? coitado do meu marido ter que vir para cá!” Levei um susto, na quarta-feira a cidade era deserta. Mas aí na quinta e sexta já ficou divertido a cidade que não era nada virou assim um evento gigantesco! Parecia final de Superbowl. Todo mundo falava do Ironman e achavam a gente super atletas! (Ou atletas de ferro mesmo né sis? hihi)

NATAÇÃO:

A natação era por ondas. Larguei em um pelotão mais atrás, largava de quatro em quatro. Então você não tem noção se você esta nadando bem ou mal, você passa um monte de gente, mas como eu nadei atrás achei que o pessoal era muito ruim mesmo. Foi meio que no susto a natação, mas na hora que eu sai e vi que tinha feito o mesmo tempo que Floripa, fiquei tranquila. Nadei para 59′ sem fazer muita força. A água era maravilhosa, não tinha gosto ruim por ser lago, nada de onda. Foi uma natação relativamente muito fácil.

CICLISMO:

Eu sabia que tinha subida, mas não sabia que era tanta subida. Por conta da neve, o asfalto não é lisinho, umas partes eram bem esburacadas. E muita subida! Tinha subida que eu não acreditava, ficava imaginando que ia ter uma rua no meio que iriamos virar e quebra-la ao meio. Mas não. Tinha que subir tudo! Nos últimos 30 minutos  de prova que o meu técnico falou que eu tinha que girar, mas tinha uma subida do capeta, como que gira? Pedalar 180km no plano é uma coisa, 180km com subida é muiiiito mais difícil. Se você não treinar você sai para correr inteira travada.

CORRIDA

Sai para correr e o meu marido falou que eu estava em 1º lugar, só que a segunda estava 15′ mas que corria muiiiito! Ai falei pronto, ou eu corro ou eu vou perder esse negócio aqui! Aí comecei a correr, até os 15km eu estava me achando porque eu estava em 1º, acho que eu ainda estava entre as 6 ou 7 do geral. Mas como era muita subida na corrida, e isso foi um erro porque eu nem olhei a altimetria da corrida, e menosprezei as subidas no início da corrida, subia correndo. Já no km 15 eu dei uma bela de uma quebrada.

Quebrei e pensei, agora vou andar em toda subida. Nisso me passaram algumas mulheres, estava um calor infernal de 35º, muito quente. Aí já tinha desistido, desmotivei. Achei que a menina já tinha me passado, comecei a pensar um monte de coisa.

No km 32, encontrei com o Leo (o marido!) e ele disse: “a menina esta só 3′ atrás de você, você tem 10km. Ela pode te pegar fácil porque você tá devagar.” Então nos últimos 10km eu falei que se dane e vou correr esse negócio, nesse fim do mundo! Foi super bom porque estava muita gente quebrada eu passei um monte. Ainda abri 18′ no final da menina!

6. Indicaria essa prova para alguém?

Bom a prova é linda, o percurso é lindo! Cheio de lagos, árvores, mas é muito dura! Quem quiser participar tem que se preparar! Tanto que na prova você observa o pessoal, você percebe que é um pessoal treinado. Diferente de Floripa, que esta cheio de gordinho, gente que menospreza, que vai para andar a maratona. É uma prova que não dá para menosprezar!

7. A dica da nutri é…. 

Meu primeiro IRONMAN foi em 2010. Meu sonho era ir para KONA e eu nunca tinha conseguido. Então assim, eu acho que tudo tem o seu tempo, poderia não estar preparada psicologicamente, talvez não fosse a época da minha vida ainda para ir, talvez eu tivesse que apreder um pouco, como eu aprendi no IRONMAN de Floripa esse ano que furou 4x meu pneu, tive que ter muita cabeça para acabar a prova. Então hoje eu considero que fiz por merecer.

Quando a gente deseja, a gente sempre consegue, é só se esforçar para isso, nada é muito fácil. ACREDITE EM VOCÊ, BUSQUE UMA META E CONTINUE!  (#chorei!)

TOP NÉ?????

Ai sis, minha meta atual é tal percentual de gordura maldito. hihihi Só para descontrair! Nutri e sis amada, você é FODA! Eu te apresentei o triathlon e você me apresentou o IRONMAN. Acho que estamos quites e completas!

TE AMO MAIS QUE TUDO ISSO!

 

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