Felipe e Julia – um casal ULTRA!

Uma entrevista sempre é bem vinda! E hoje é em dose dupla, não poderia deixar de compartilhar o feito que o casal Julia e Felipe Telles fizeram neste final de semana. Foi o primeiro objetivo máster do casal, e aposto que foi só um pouquinho do que esses dois vão desbravar do mundo daqui para frente. Porque o esporte vicia, e se você ainda tem companhia do seu marido, namorado ou mesmo um amigo tudo fica mais especial ainda. Tá aí um MEGA exemplo para que a gente continue firme, olhando para os nossos objetivos e vivendo cada dia, cada treino, cada conquista, assim como a Julia e o Felipe nos contam abaixo:

JULIA –  Como que você e o Felipe começaram a correr, quem puxou quem?
Eu estava super fora de forma. Resolvi entrar para a natação, que era um esporte que sempre gostei e é de baixo impacto. Pouco tempo depois o Felipe começou a correr e fui achando legal o que ele estava conseguindo com a corrida. Criei coragem e entrei para o triathlon. Quando comecei a correr, achava que era o esporte mais chato e sofrido. O Felipe vivia me presenteando com livros de corrida e triathlon para me incentivar. Nas provas que fazia, sempre na corrida ficava muito para trás e o Felipe sempre lá, gritando, dizendo que eu estava bem, cantava músicas que eu gosto. Percebi que teria que aprender a gostar de correr. Não deu outra! Me apaixonei pela corrida e pelo jeito que ela dá liberdade para os praticantes do esporte.

FELIPE – De ex-obeso (posso falar assim?), para uma prova de Ultramaratona de 100km, conta como foi essa transição e a decisão de se inscrever para a Patagônia Run. 
Luca sou ex-obeso sim, era hipertenso e pré-diabético. Pesava 105 kgs e nem ligava muito, achava que estava em forma! Acho que todo homem é meio assim, rs… A ficha caiu há mais ou menos 2 anos quando alguns familiares meus tiveram problemas de saúde. Só ai resolvi me cuidar. Comecei a correr por conta na esteira da plataforma de petróleo que eu trabalho. Fui indo aos poucos até chegar na meia maratona mais ou menos um ano depois de começar a treinar por conta. Nessa época tinha perdido 22 kgs já e estava ótimo de saúde. Nessa época percebi que precisava de orientação para continuar progredindo na corrida sem me machucar e tendo o máximo de proveito nos treinos. Ai entrei pra Webtreino. Em um ano junto com a assessoria com a orientação do meu técnico Fabio Bronze fiz diversas provas e sempre atingia meus objetivos. Isso foi aumentando minha confiança e auto estima, e há mais ou menos 6 meses atrás ouvi falar da Patagonia Run através de um outro técnico da Webtreino o Bruno Calvetti. Inicialmente eu me planejei para fazer os 42 km e estreiar na distancia. A ideia de fazer os 100K veio aos poucos e conversando com o Fabio ele concordou com a ideia, apesar de achar que era loucura. O fato de a prova acontecer no mesmo dia do meu aniversário também fez parte da decisão. Encarei como desafio pessoal (um rito de passagem, rs…).

JULIA – O seu incentivo ao Felipe é nítido, visto que foi junto para patagônia e correu os 21km, que também foi um super desafio para você. Como foi viver tudo isso ao mesmo tempo, você com a sua prova e o seu marido correndo uma prova de 100km?
Meu preparo para os 21km foram bem batalhados, diariamente, por 6 meses. Quando decidimos embarcar nessa aventura, mal corria 8km no asfalto! Todos os finais de semana treinei em montanha ou estrada de chão. Comemorei muito cada quilometro à mais que conseguia alcançar, cada montanha a mais que conheci, cada dor que senti pós-treino. Fiquei preocupada no começo que não iria dar conta, mas quando vi, já tinha chegado a hora. Me senti muito bem e bem preparada para encarar a prova. Não senti dor, cansaço, nada. Estava feliz e pronta para isso! Quanto a prova do Felipe, me preocupei bastante. Cada treino que ele sentia dor, que não conseguia atingir os kms que estavam na planilha, quando teve uma torção no pé 15 dias antes, me fez pensei que ele não iria conseguir e iria se machucar. Quando chegou o dia e vi a animação dele, todo o medo que tinha foi embora. Já era de noite, estava muito frio, porém eu estava muito calma. Simplesmente, porque acreditei nele e sabia que desistir, depois de tanto preparo e nesse lugar maravilhoso, não seria uma opção!

FELIPE – Acredito que a maioria das pessoas não tem noção do que é correr 100km, ou 20horas seguidas. Tente contar um pouco do que foi essa experiência para você, os momentos bons, os não tão bons e o que ficou no final, como foi cruzar a linha de chegada?
Eu sabia que não ia ser fácil desde o começo. Sou fã de vários ultramaratonistas e tenho muitos livros sobre o assunto. O tema recorrente entre esses livros é o quanto o corredor sofre durante uma ultra e como a corrida inteira é uma montanha russa de emoções. O começo foi muito legal, principalmente porque a prova começa de noite e temos de correr com uma lanterna de cabeça. Tudo muito novo, alegria a cada curva.  Comia gel achando gostoso, tomava o isotônico e nem ligava pro gosto, aproveitava as descidas pra ganhar tempo… Com 24 km de prova chegamos no ponto mais alto do percurso, o cume do monte Colorado. Muita neve e gelo pelo caminho até o topo para depois encararmos uma descida de 800 metros de altitude em 3 km. Além de ser muito inclinado a descida era cheia de ziguezagues com gelo, pedras e troncos a toda hora pelo caminho. Resultado: 4 tombos em menos de 5 minutos. Num desses, torci meu joelho esquerdo. Na hora senti dor mas era suportável, consegui prosseguir sem maiores problemas. São muitos detalhes que você tem que pensar durante a corrida e com o cansaço acumulado tudo fica mais difícil. Quando comer, quando beber, prestar atenção no circuito… Lá pelo quilometro 60 comecei a passar muito mal, fiquei tonto, enjoado e achei que ia desmaiar, isso porque tinha ficado muito tempo sem comer. Tive que parar, me reabastecer para poder continuar. Foi muito difícil nessa hora, não sabia se ia aguentar até o final, porém não pensei nunca em desistir. No quilometro 77 cheguei ao cume do morro Quilanlahue e lá a visão era linda, me deu uma injeção de animo. Porém a descida desse morro era tão cruel quanto a do primeiro. O joelho que eu havia torcido no começo da prova começou a incomodar. A partir do quilometro 85 a coisa ficou feia, o joelho doía demais. Se eu andasse ele doía e se eu corresse ele também doía. Tive que ir num trotinho devagar até o final da prova. A cada quilometro que passava a dor piorava e faltando 7 quilômetros estava insuportável. Mas não tinha chegado até ali para desistir, fui indo do jeito que dava.  Muita gente me passou andando e quase chorei de dor, cada passo era um sacrifício. Perto da chegada minha esposa veio me esperar junto com alguns amigos, cantando parabéns (era meu aniversário!), foi muito legal, não estava acreditando que havia chegado. Recebi a medalha e tive que sentar. Me lembrei de cada treino, dos desafios superados naquele percurso insano! Foi muito bom finalmente ter a certeza de que havia vencido o desafio!

JULIA E FELIPE – Vocês são um super exemplo na nossa equipe WEBTREINO, mas quero que vocês encorajem o mundo! Deixem uma mensagem para quem esta na luta de emagrecer e começar a praticar uma atividade física: 
Todos começam algum dia do zero, alguns mais cedo, alguns mais magros, mas o começo é igual para todos. Hoje é o dia em que você pode escrever um capítulo novo na sua vida. O que você fez no passado não importa e teu futuro é feito um passo de cada vez!

E aí, eles são ou não são TOP? E o relato de prova do Felipe? Deixo aqui a minha super admiração por vocês! Continuem firme que vocês vão além de viver experiências únicas, impactar a vida de muita gente!

#CASALULTRA

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