Ironman Kona – Race Report

Demorou mas chegou a hora de contar para vocês tudo sobre o grande dia, vou tentar resumir ao máximo mas não deixar nada de fora!
Como tradicional dia de prova acordei cedo, o despertador tocou as 04h. Dormi super bem, acordei descansada e inteira! Como eu estava a 10km do Pier, onde seria a largada e seria arriscado irmos de carro devido a falta de estacionamento, preferimos sair com o ônibus da prova.
Despertador do grande dia!

Tomei o meu  cafá da manhã de prova: pão com mel e suco de uva. Saímos do condomínio e o ônibus passou na mesma hora e vazio,  maior sorte! Acredito que este pré-prova é a parte mais tensa do dia, no Brasil eu tinha meus super apoios Yana, Leo e a minha Mãe, lá eu tinha que cuidar de tudo. (mas eu dei conta do recado!)

No caminho para a entrada da transição já vi aquele pórtico de chegada monstruoso, pensa no arrepio que não deu? E nessa hora e encontrei com a Marta, mãe do Igor Amorelli, que me deu um super abraço dizendo que era pela minha irmã e pela minha mãe, adivinhem se eu não me emocionei? Aquilo me deu uma força e confiança, sabendo que elas estavam ali comigo! Obrigada Marta!!!
Foto entrando na transição logo após pintar o número quanto encontrei com a Re e o Dani!
Entrei na transição. Os staffs animados e super orgulhosos de cada atleta que estava ali, cuidaram de nós muito bem! Organizei as garrafinhas, fuel belt e as últimas coisas nas sacolas de bike e corrida. Bike ok, pneu cheio, tudo certo. Estava pronta e ainda faltava 1h para a largada do profissional! (6h30) Fui passar protetor solar e vaselina, é só você levantar os braços que eles passavam protetor em você, tipo uma mini massagem pré-prova! Sentei na frente do portão da largada e fiquei ali um tempo só observando cada atleta que estava vivendo tudo aquilo. Tinha de tudo! Conversei com um dinamarquês que estava do meu lado, ACREDITEM, ele foi pela loteria! Faziam 07 anos que ele tentava até que, lá estava ele largando o seu segundo Ironman, em Kona!
Não aguentei ficar muito tempo sentada, então fui lá na ponta do pier tentar ver alguma coisa da largada da natação dos profissionais!
Foto da Talita Saab enquanto olhava a largada dos profissionais!
BUM! O canhão deu a primeira largada. BUM! A segunda largada, profissional feminino, agora já estava na hora de um ir para a largada. Fui. Na fila para entrar no mar, uma querida staff veio pedir licença para ver a minha roupa, meu macaquinho de natação da Aquasphere oficial do Ironman. Mas era um modelo antigo e era proibida, a espessura não era mais permitida. Fiquei em choque, estava com a bermuda de prova e o um top por baixo, detalhe minha bermuda não tem elástico na cintura e nem um cordãozinho, pensei: Ferrou! Mas com toda a calma do mundo, não me desesperei, tirei a roupa, eles guardaram na minha bike gear (sacola de transição) e lá fui eu FANFARRONA largar de top e shorts. Juro que eu fiquei com vergonha, mas também não estava muito preocupada, se fosse algum problema com o meu capacete e  a minha bicicleta ai sim ia pegar, mas na natação não me afetou muito. Na minha volta para a largada, vi um atleta com a mesma roupa, minha vontade era dedar,  mas falei para ele ir pro meio da galera e o cara ficou todo preocupado porque diferente de mim, ele estava sem nada por baixo! (salvei um!)
Entrei na água. Na indecisão de onde largar na imensidão de reta formada pelos atletas, segui o conselho do meu técnico, larguei do lado do muro do pier, embaixo do cronometro e do lado do cara do microfone. Acho que acertei! Largada de prova eu aprendi com o Cattinha, nao adianta você ficar olhando para frente, você tem que estar ligado em quem vai dar a largada. E o locutor simplesmente começou a contagem regressiva cinco – quatro – no três eu já estava debaixo da água pegando impulso e BUM! Largou a prova mais importante do ano com a Luca no meio de tantos outros atletas!
NATAÇÃO
Eu estava preparada para apanhar, mesmo isso me deixando afobada na água. Mas nadei bem na direita, o pessoal todo estava pro lado esquerdo, então nadei por dentro. Como eu respiro para o lado direito, nem olhei a multidão. Lógico que tinha uns queridos que passavam por cima e davam a braçada em cima da minha cabeça, mas nada fora do normal. A minha preocupação era com a falta da corridinha no meio do percurso, la foram 3.800m nadados sem descanso! rsrsrs Meu braço costuma a amortecer no meio da natação, mas la passou rápido e quando o braço começou a cansar cheguei no Pier novamente! Mesmo com o imprevisto da roupa consegui sair com um tempo bom da água, 1h04m07 sai tonta que até cai na escadinha e ralei o joelho!
A transição incrível, os staffs te vestem, passam protetor e fazem tudo para te ajudar. Vesti minha blusa, peguei minhas comidas e fui pegar a bike.
CICLISMO
A primeira parte da prova passou, iniciei o ciclismo com bastante calma e pensando: agora é paciência e curtir os 180km. Mas também comecei atrapalhada, meu Garmin na transição bati duas vezes e quando dei o lap ja estava na etapa da corrida. Desliguei ele e liguei de novo só na modalidade de ciclismo, para acompanhar o tempo e programar a minha alimentação. (PS.: fiz isso tudo na bike e não cai!!!) Na saída da transição escutei o barulho que tinha caído alguma coisa, olhei para a minha bolsinha de comida e minha garrafa de água, esta tudo certo, só me dei conta quando fui tomar o meu primeiro sal, minha caixinha com as cápsulas tinha ficado la perto do pier. Ainda bem que a minha nutri me ensinou a sempre levar coisa a mais para eventuais problemas, as cápsulas que deixem soltas na bolsa deram conta do recado, estava tudo sob controle!
Foi uma emoção só, os primeiros 5km que passamos na cidade com toda a torcida, ainda mais poder contar o super grito da Renata (Reallives)  e do Daniel Casa Grande que representaram a minha família por lá, torceram muito e atualizaram o pessoal do Brasil, casal vocês foram mais que especiais!
Foto que a Re tirou na saída da bike!
Eu dividi o pedal em três partes de 60km, a ida até o inicio da estrada para Hawi, o Hawi e a volta. Na ida fui passada enlouquecidamente por muitas pessoas, o vento estava a favor e estava fácil de pedalar, mas como estava bem cautelosa com o que eu iria enfrentar fiquei no meu ritmo. Destaque para o Betão da Bahia que passou por mim cantando: “olha que coisa mais linda, mais cheia de graça…” não tem preço né? Betão teu astral contagia o mundo inteiro! Parabéns pela prova e pela pessoa que você é!
Outro destaque foi quando a Fernanda Keller me passou no km 100, e torceu para mim! Muito VIP né? A mulher mais homenageada nestes 35 anos de prova! Obrigada Fernanda!
O calor estava intenso na água e a grande quantidade de postos de hidratação no percurso não foi demais! Os postos de hidratação eram imensos e seguiam uma ordem: água – perform (isotonico) – coca-cola – GU – perform – água. Não teve um posto que eu não peguei água me encharquei e abasteci minhas bike, mesmo assim não vi um atleta com a roupa limpa sem sal. Quem não cuidou da hidratação, com certeza se ferrou!
Chegando no início da estrada do Hawi, onde eu iniciei o treino que fiz antes da prova, comi e estava pronta para encarar aquele super vento que eu peguei no treino. Mas as condições foram as melhores este ano em KONA, e o vento lateral deu uma trégua. O HAWI foi super tranquilo! Em termos né,  o sobe e desce continuou igual mas o vento deixou a gente pedalar (UFA). Virei os 90km com 2h50, 05 minutos apenas pior do que eu passei o IM Brasil. Ai eu só lembrava do Maurício: “O pior não é o Hawi, o pior é  a volta”. Dito e feito. O vento que nos liberou no Hawi, nos pegou no últimos 40km. Ai o bicho pegou, ficava entre 23 e 24km/h, super cansada, não aguentando mais tomar  isotonico e água. Ali foi paciência e agradecimento de estar terminando a pior parte da prova. Larguei sabendo que se eu entregasse a bike a corrida poderia até andar, mas a prova eu acabava! Demorou muito para chegar o final, mas a emoção de entregar a bike foi incrível! Terminei o pedal para 05h55m06, fiquei muito feliz de ter feito abaixo de 06h!
CORRIDA
Por incrível que pareça a corrida era das três modalidades a que eu mais estava confiante, tanto pelos treinos como pelo meu psicológico que mudou depois da minha consulta com o Gustavo Magliocca na Sports Care Club. Quando você sabe que você pode além do que você imagina tudo muda,  o famoso sair da zona de conforto eu coloquei em pratica na prova.
Comecei muito bem com a perna inteira e solta! Primeiro km deu 5’18 ai eu falei ferrou, segura isso que o bicho vai pegar depois. Segurei ao máximo correndo tranquila e curtindo, a media estava 5’40/km!  Esse ritmo eu mantive até quando eu cheguei na Queen K, quando subi a Palani e sai da galera, até ali estava com 15 ou 16km. Ai o ritmo caiu, 06, 06h30, um km chegou a dar 7 minutos e o outro (com um pit stop no banheiro) 08min30. Não parei de correr em nenhum momento fui no pacinho, parando apenas nos postos de hidratação. Foi assim até chegar no Energy Lab, o ponto G da corrida!
Caiu bem a média mas a sensação ainda estava boa, a única coisa que pegou foi uma dor no joelho que me incomodou muito, (nos dois joelhos, então sabia que não era nada grave era só o volume da prova acredito eu) demorei para lembrar mas tinha advil, tomei 2 quando fiz o retorno para os últimos 12km, ai me renovei! Muita gente diz que não faz efeito, mas acho que eu pensei tanto que o advil iria passar a dor que ela sumiu mesmo, cresci nos últimos 12km voltei pro ritmo inicial da prova e cheguei a fazer pace de 5’20 e os dois últimos 5’05/km! 🙂
Baixei 3s da minha maratona do Ironman Brasil lá eu fiz 04h14m24s, na prova fiz 04h14m21s 🙂
Pelo jeito que comecei a corrida achei que iria baixar mais o tempo, mas mesmo assim fiquei muito feliz com a minha corrida, principalmente pela recuperação no final!
 
CHEGADA
Confesso que teve diversos momentos da prova que comecei a chorar e segurei, fiquei realmente emocionada de estar lá, completando meu 2º Ironman neste sonho. Hoje escrevo com os olhos cheios de lagrimas, porque acabou, porque passou rápido e porque foi um dos dias mais feliz da minha vida. A chegada não tem explicação, meu corpo arrepiou e escutar meu nome e YOU ARE AN IRONMAN do Mike Reilly, não tem  preço que pague!
Foto na chegada pela Talita Saab
AGRADECIMENTO

Gente não posso deixar registrado aqui o meu MUITO OBRIGADA para todos os envolvidos neste sonho. Meu pai, minha irmã e minha mãe, que me deram confiança para seguir meus objetivos e realizar meu sonho, sempre com todo apoio e torcida. Minha nutricionista, (também irmã) que mesmo de longe se preocupou e cuidou de mim. Aos meus técnicos Mauricio e Fabio, que mesmo com as minhas limitações e minha insegurança me passaram tranquilidade e tiveram toda a sabedoria do mundo para montar meu planejamento e treinamento. Toda a equipe da Webtreino pela companhia nos treinos e torcida. O pessoal da Woom e os meus chefes que super ajudaram na minha rotina e com a minhas férias antecipadas! Minhas amigas e todos que torceram e mandaram mensagens positivas, vocês não sabem como isso me faz bem, obrigada!
E lógico aos super parceiros TRACBEL, SOS ID, LABADEE TOUR e BIO POWER que viabilizaram a minha ida para o Hawaii. O reconhecimento e ajuda de atletas amadores no Brasil tem que ser reconhecido, OBRIGADA por acreditarem em mim e confiarem em levar a marca de vocês comigo!
Aos apoios da PUMA, HAMMERHEAD, NUTRI SHAPE, TRIBO ESPORTE, ACADEMIA NADO LIVRE E WEBTREINO, que facilitaram meu treinamento e auxiliaram com permutas e materias de qualidade.
#PROJETOKONADONE

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