Dando sequência nas nossas entrevistas com mães como a gente, o assunto de hoje é amamentação!

E a convidada é super especial, a Rosália Camargo eu conheci no El Cruce 2012! Desde lá acompanho a sua trajetória de ultramaratonista (sinistra). Ela, pequenininha, magrela, quase passa despercebida. Na real passa, porque passa muito rápido por você, que você nem vê! rsrsrsrs

E nesse meio tempo Rosália também entrou para o time das mamães! Acompanhei essa fase pelas redes sociais e virei ainda mais fã! Desmistificando que esporte seca o leite, Rosália amamentou sua filha Maria até 1 ano e 8 meses! E nesse mesmo tempo fez provas de 70km, quer mais? Veja só o que ela dividiu com a gente da sua experiência com a filha:

1. Como foi o começo da amamentação da Maria? 

Dois dias depois que Maria nasceu, de parto normal, eu tive um edema pulmonar e por sorte ainda estava no hospital. Fiquei na CTI e lembro que minha maior preocupação era a amamentação. A cada minuto eu perguntava pros médicos se a Maria podia me ver para amamentar… e como meu quadro estabilizou rápido tive a oportunidade de “esvaziar ” meus peitos (que pareciam pedras de tão duros) e foi um momento difícil, mas inesquecível.

Acho que toda mãe tem um início de amamentação difícil, mas é sempre importante ter força e pensar em todos os benefícios que isso traz.

 

2. Quando e como você voltou aos treinos?

Em duas semanas eu já tava querendo me mexer!! Tava com uma saudade sem fim de correr, mas voltei bem devagarinho trotando 20min e caminhando.

 

3. Você amamentou a Maria exclusivamente até quando? Como era mais ou menos a rotina amamentação e treinos?

Eu amamentei exclusivamente até uns 5meses eu acho( já não lembro mais… mas era a idade padrão que as pediatras indicam a introdução de alimentos sólidos) . Minha rotina era super tranquila!!! Nunca tive problemas com minha amamentação, competi uma prova de 70km nove meses depois que Maria nasceu e assim que cruzei a linha de chegada amamentei. Nunca me faltou leite , aliás… tinha até leite em excesso!! A única mudança era a sede… nossa… como eu bebia água!!

 

4. Como foi a primeira prova depois que a Maria nasceu?

Foi uma experiência incrível! Foi nossa primeira viagem com ela também! E organizar as coisas dela e as minhas foi um super desafio. É impressionante como tem coisas para levar!!

Eu amo competir, e só de estar lá já estava hiper animada. Eu encarei logo 70km de competição e tive uma performance bem acima do esperado e quando cruzei a linha de chegada em primeiro lugar e abracei a Maria … lágrimas caíam dos meus olhos!!!

 

5. Você desmamou a Maria recentemente, como foi esse processo?

Foi um processo bem mais simples do que eu imaginava!! Quando ela fez 1 ano e oito meses eu decidi parar de amamentar, principalmente porque estava tendo muita mastite (que é quando o leite endurece no seio) e aos poucos fui reduzindo as mamadas. Primeiro mês cortei as diurnas, e no segundo mês tomei coragem e disse:

– Maria, a mamãe não vai mais dar leite do peito.

Ela chorou e reclamou, mas em dois dias já tinha esquecido completamente e para dormir até hoje fazemos uma mamadeira.

 

6. Você fez alguma preparação pré-parto para a sua volta?

Eu durante toda a gestação me mantive bem ativa. E seguindo as orientações médicas eu fazia bastante exercícios, mas mesmo assim a volta foi bem mais difícil do que eu imaginava

 

7. Você é um exemplo que amamentação e treinamento podem andar juntos, qual você acha que foi o fator de sucesso na sua história?

Persistência. Passei por noites em claro tentando ensinar Maria a “achar” o bico do peito, tomei mordidas que cortaram meus bicos…. mas acredito que valeu a pena! O segredo é não desistir!

 

8. Qual dica você daria para as mães atletas que também pensam em amamentar e voltar a treinar o mais breve possível?

Uma coisa, ou melhor, um equipamento me salvou nesse processo confuso que é querer treinar e cuidar do nosso bebê. Quando eu comecei a levar a Mariazinha pra correr comigo meu treino passou a fluir, eu comecei a curtir a corrida sem aquela pressa louca de voltar pra casa. Muitas vezes parei no meio do treino para amamentar, mas nós duas juntas era sempre mais gostoso. O carrinho que uso até hoje é o Urban Glide da Thule, e tenho certeza que sem ele eu não estava correndo no nível que estou hoje.

 

Mulher para se inspirar não é mesmo? Que bom que temos histórias como essa para nos motivarmos!

A Rosália também tem um blog que divide seu dia-a-dia: Vaicorrendo.com.br

Vale a pena acompanhar!

 

Rosália e Maria obrigada por nos ajudar,

Beijos Luca e Maya!