Nesta terça a Webtreino ofereceu aos seus alunos e para o público interessado uma palestra de introdução ao famoso medidor de potência. Eu como curiosa e interessada no assunto fui conferir, aliás a palestra era gratuita, perdeu quem não foi! ( A palestra aconteceu no Nex batel, vale a pena conhecer!)

Vou dividir com vocês um pouco do que o Max, ciclista e proprietário da Kona bikes, contou nesta introdução ao equipamento. O Max é um dos especialistas do assunto no Brasil.

A palestra começou com ele corrigindo o jargão utilizado por nós nos treinos: “Nossa! Hoje eu fiz muita força!”. Fazer muita força sem velocidade, você não sai do lugar. Aí que entra a definição de potência: velocidade x força. A tendência é a gente acabar o treino e falar: “Nossa! Hoje eu imprimi muita potência!”.

Aí veio a pergunta, para que ter um medidor? A resposta que eu tive é para se treinar melhor. Diminuir o esforço e receber um recompensa psicológica. E dentro das prioridades de compra e consumo, o medidor de potência entra logo após ter uma bike. (no meu caso vai demorar um pouquinho para entrar na prioridade, sem bike não rola ter um….) Antes do capacete aero, da roda de competição e do guidon de carbono. (isso me chocou! Fiquei realmente interessada no assunto…. rsrsrs)

Aí o Max dividiu os atletas em 3 grupos, para identificar quem tem o maior perfil para utilizar o Medidor, ressalto que ele disse até mesmo quem esta começando e não tem perspectiva com o esporte ele serve e já faz diferença.

– Atleta Competitivo: o amador que quer pódium. Se ele souber usar os dados ao seu favor o medidor de potência irá ajuda-lo muito. Mas para este atlleta existe o lado cruel dos dados: a verdade fisiológica. Aceitar a situação. Os atletas que se acham super-heróis têm dificuldade de aceitar as verdades do medidor de potência….

– Atleta individual: o melhor perfil de atleta para utilizar o medidor de potência. O atleta que busca o auto conhecimento e compete com ele mesmo.

– Atleta social: os atletas que visam saúde e o social. Até para eles, se souberem ler e usarem os dados o medidor faz diferença mas não é crucial.

Decidido comprar o medidor, a primeira coisa que se deve fazer são os testes de potência. Pelo o que eu Max explicou eu comparei com o teste ergoespirométrico  que fazemos na esteira e nos da os ritmos de vo2. Com os testes de 1minuto, 5minutos e de 20 minutos  você consegue descobrir com é o seu perfil, se é de explosão ou longas distâncias por exemplo. 

Aí o 2º passo é a análise dos dados. Não adianta o atleta saber ler os gráficos, os dados devem ser alinhados com o treinamento, um treinador especializado no assunto pode fazer milagre com a sua performance, como o Max colocou, os dados são a bola de cristal do treinador.

Um exemplo dado foi no triathlon de longa distância, se eu não me engano no Ironman, os atletas profissionais chegam no máximo a 82% do limiar da sua potência, assim conseguem fazer uma corrida excelente após um forte pedal, para um amador o máximo é 75%. Isso é saber utilizar os dado a seu favor e planejar a sua prova.

Falando de limiar e zonas de ritmo, foi frisado que é melhor fazer 1h30 de rolo na zona certa de treino (entre a zona 3 e zona 4) do que fazer um treino na rabeira do pelotão no ritmo errado. Saber respeitar as zonas faz com que você não perca treino do dia seguinte e esteja sim inteiro para concluir a planilha. (Ô-ou aqui com certeza pegou muita gente…. inclusive eu, rabo de pelotão! srrsrs)

Sim, se você pensou que a tendência são treinos de pedais mais sozinhos, acertou. Ou o jeito é o grupo se identificar com as zonas de ritmo. 🙁

1502466_749580575101692_6968092812499455948_o 2014-08-12 21.39.28

CURIOSIDADES:

– Todos falam de relação pesoXpotência. Para nós, no Brasil, que não temos uma altimetria tão elevada, esse fator não conta. Essa relação só é válida quando a gravidade é relevante, ou seja, com uma variação acima de 7% de inclinação. Aí sim o peso interfere. No mais o que vale é a área frontal, aerodinâmica!

– O tamanho do pedivela não interfere no Medidor, ele é variável apenas para um fit bem feito, não causa nenhum efeito significativo na potência.

– Homem X Mulher: as tabelas de potências são diferentes por sexo. Devido a massa muscular, a força e não a velocidade

– Pico de potência: acima de 2000 wattz  dos atletas de BMC!

– 3 anos é tempo que você pode explorar a melhora da sua potência, em 3 anos você consegue melhorar de pouco em pouco e conseguir atingir o auge da sua potência

– Média de valor: R$5000,00. Tudo o que é muito barato, é duvidoso. O de entrada no mercado é R$3500,00, o médio fica em torno de R$5500,00 e o top R$9500,00.

– Pós-venda: todos os medidores dão problema! TODOS! Por isso é importante comprar em um lugar de confiança. Trazer de fora pode custar um pouco mais barato mas depois pode te dar bastante dor de cabeça…

E para finalizar, dica de vendedor que trabalho com os fornecedores foi indicado o Garmin Vector por três razões: preço, assistência técnica no Brasil (único) e portabilidade (trocando o pedal você pode por em qualquer bike).

Esses foram os meus apontamentos na palestra. Sofri bullying com o meu caderninho, mas esta aí para dividir um pouco com vocês. Pelo menos nós sabemos um pouco mais sobre o assunto, já que a tendência é não se falar mais em velocidade e sim em potência como já foi no Tour de France.

Próximos passos:

– Comprar um bike

– Comprar um medidor de potência

😉